Na Bulgária na região onde o Mar Negro banha as margens quentes das montanhas Strandja, as velhas tradições ligadas a ritos folclóricos mágicos ainda estão vivas. Continuam a ser praticados pelas comunidades locais com a mesma admiração e fé na força teúrgica do Sol e do Fogo.
A fé tradicional em ritos e feitiços mágicos está ligada à vontade de domar a força da natureza. Eles são realizados com a intenção de ajudar as pessoas e a natureza em sua coexistência e os símbolos mais significativos são o Sol e o Fogo como fontes da vida. Preservados apenas nessa parte da Bulgária, esses fenômenos da cultura foram definidos por pesquisadores como vestígios do antigo xamanismo trácio e búlgaro.
O Nestinarstvo (Dança do Fogo) é um dos rituais mais antigos e também o mais misterioso e impressionante, praticado até hoje pela população da Montanha Strandja em sua forma autêntica, porém antigamente apenas mulheres dançavam sobre as cinzas e hoje os homens também podem participar.
O direito de conduzir o Ritual era hereditário e para ser uma nestinarka (condutora do ritual) era necessário possuir excepcional habilidade mediúnica. Segundo alguns estudiosos mesmo nos dias atuais nem todos podem conduzir o ritual, as pessoas nascem com o dom e são identificadas na vila, entretanto também é preciso muita preparação mental.
Modernamente o Ritual é um sincretismo entre as crenças ortodoxas e velhas tradições pagãs que acontece todos os anos na antiga vila de Bulgari, no dia 3 de junho, junto com uma festa dedicada a São Constantino e Santa Helena, santos da igreja ortodoxa e tidos como padroeiros das vilas búlgaras. A festa também é conhecida como nestinarski igri (jogos nester).
No dia do ritual as pessoas se dirigem ao local da festa onde, após o pôr do sol, a multidão acende uma grande fogueira e dança o horo (uma forma tradicional de dança de roda) até que o fogo se extingua e a fogueira se transforme inteiramente em brasas que são espalhadas num círculo, então ao som pesado e cortante do tambor ritual e de gaita de fole, começa a dança sobre as brasas, considerada como o clímax do ritual.
Popularmente, acredita-se que alguns dos dançantes atinjam um estado de transe mediúnico enquanto dançam, o que explicaria por que não queimam os pés nem sentem dor durante o ritual.
Fontes de pesquisa online
3. Wikipédia
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