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As Danças Folclóricas Brasileiras

Por ser um país bastante jovem, por sua extensão, riqueza e diversidade as danças brasileiras podem ser mais facilmente classificadas como de caráter folclórico do que de raiz, ainda que resultantes de danças tradicionais herdadas dos povos indígenas, dos escravos africanos, dos colonizadores portugueses e da imigração europeia. Essas danças se confundem com os folguedos, que são manifestações onde existe alguma representação dramática, com personagens definidos, como Bumba-meu-boi, Folia de Reis e com as lutas, como a Capoeira e sua derivação, o Frevo.

 

E pela enorme variedade das danças folclóricas brasileiras a maior dificuldade encontrada pelos pesquisadores, é relacioná-las todas. Citamos algumas das que se mantêm mais próximas de suas origens ou por algum aspecto curioso:



 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caboclinhos - de origem indígena, uma das mais antigas danças tipicamente brasileiras, foi registrada pela primeira vez em 1854 em tribos indígenas nordestinas;

Afoxé - chegou da África com os escravos e na língua dos Yorubas significa “dança da felicidade”. É uma mistura intoxicante de movimento, sons e cores, refletindo a sensualidade e o espírito do Brasil como grande mistura étnica e cultural;

Tambor de crioula - típica do Maranhão, com alguma presença no Piauí, é uma dança cujo ritmo é obtido por meio de três tambores feitos de troncos escavados a fogo. A coreografia é executada individualmente e consiste em sapateios e remelexos voluptuosos com o corpo inteiro dos dançarinos em formação circular. É uma dança de terreiro;

Fandango - chegou à região sul do Brasil por volta de 1750, trazida por portugueses e sua execução permanece praticamente igual desde sua origem. Hoje se encontra preservada no litoral do Paraná com passos, música e canto típicos;

Vilão de Fitas (ou Vilão de Lenço) - Dança de salão, que era dançada aos pares nos antigos salões paranaenses, ganhando depois o gosto popular. Os pares segurando uma fita ou um lenço de cores diferentes, formam um túnel por onde os dançarinos vão se entrecruzando. Também preservada no Paraná como parte do Fandango;

Torem - outra dança tipicamente brasileira, uma herança dos índios Tremembé, que habitavam a região do Ceara. É uma dança de requebros, batidas de pés no solo e imitação de animais como a cobra caninana, o guaxinim, etc.;

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Maracatu - trata-se de um ritmo musical com dança, típico da região pernambucana, que mistura elementos culturais afro-brasileiros, indígenas, europeus e com forte característica religiosa;

Maracatu
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Congada - a dança lembra a coroação do Rei do Congo e foi trazida pelos escravos oriundos desse País. Inicialmente os jesuítas dela se apropriaram, usando como instrumento para sublimar o instinto guerreiro do negro, criando uma luta irreal entre cristãos e pagãos. Hoje é muito conhecida em celebrações religiosas em Minas Gerais.

Carneiro - Outra dança proveniente de Minas Gerais, é inspirada nas festividades natalinas. Os movimentos coreográficos, nos quais os dançarinos homenageiam o Menino Jesus, lembram as marradas dos carneiros. É uma simulação coreográfica de uma luta entre esses animais.

Lundu - É uma autêntica representação coreográfica de uma conquista amorosa. Surgiu a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos de Angola, dos quais trouxe a base rítmica, a malemolência, a umbigada, rebolados e outros gestos sensuais. É considerado como o primeiro ritmo afro-brasileiro fruto do sincretismo, em formato de canção. É a mais sensual das nossas danças populares, tanto que foi proibida pela igreja Católica que a considerou imoral. Em sua forma original desapareceu desde meados do século XX. Hoje subsiste uma modalidade como dança de roda que ainda é praticada na Ilha de Marajó e nos arredores de Belém.

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Pezinho - o romantismo pueril marca a dança. Foi trazida pelos colonizadores portugueses e no Rio Grande do Sul adquiriu características próprias tão marcantes que, ultrapassando as fronteiras do país, hoje é executada no exterior como dança típica brasileira;

Coco - foi inicialmente, cantiga de trabalho, acompanhada por batidas de pedra, com as quais os escravos quebravam o coco, sua origem, porém, não é muito clara. Fala-se na influência indígena (dos índios carijó e tupi), por algumas evidências coreográficas; na africana, marcante pelas umbigadas e na portuguesa, pelo movimento da roda e pela música, interferência esta decorrente do contato com os senhores de engenho. É considerada típica do Estado de Alagoas, por ser onde alcançou a maior e mais duradoura divulgação;

Ciranda - é uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco e, assim como o Coco, era mais dançada nas pontas-de-rua e nos terreiros de casas de trabalhadores rurais, partindo depois para praças, avenidas, ruas.  Alguns pesquisadores dizem que a ciranda é uma forma de descanso para os dançarinos de Coco, isto porque a dança é feita basicamente com o pé direito, já na Ciranda o pé esquerdo é mais exigido.

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